Nos dias 29 e 30 de junho de 2011, convidei meus alunos a aproveitar os dias de paralisações dos professores da Faetec para fazer atividades culturais fora da escola.
Na 4ª feira, 29, fomos ao Centro Cultural de Ação da Cidadania (CCAC) para visitar a II Feira de Ciência, Tecnologia & Inovação promovida pela FAPERJ e na 5ª feira, 30, tomamos o trenzinho do Corcovado para visitar a estátua do Cristo Redentor e vislumbrar a cidade mais bonita do mundo!
Apesar de eu ter seis turmas no ISERJ, totalizando 140 alunos, apenas 17 foram à Feira e 16 ao Corcovado. Entendo que o passeio ao Corcovado não fosse viável a muitos, pois, além do local ser bastante afastado das residências da quase totalidade dos estudantes, havia o custo do trenzinho que foi de R$ 18,00 (Projeto Carioquinha, encerrado ontem, oferecia 50% de desconto a residentes na Cidade). O que não entendo é o fato de que somente 12% dos alunos tenham se interessado em ir à Feira. O CCAC fica no Centro do Rio, a entrada era franca, as atrações interessantes, lanche grátis, sem falar da confraternização entre alunos de turmas diferentes que acho fantástica.
O passeio ao Corcovado é diversão garantida, sem dúvida alguma. Começando com uma roda de samba no trenzinho e complementando com a beleza do lugar que atrai turistas de todo o mundo, os meninos aproveitaram cada segundo do passeio. Muitos deles – na verdade, a maioria – estavam indo ao monumento pela primeira vez na vida, e me sinto feliz por, de certa forma, proporcionar-lhes essa oportunidade.
Talvez uma feira de ciências não seja o programa mais atrativo do mundo para alguns, mas dos meus 140 alunos, 80 são do Curso Técnico de Informática e somente 11 deles foram à Feira (os outros 6 eram dos cursos de Administração e Secretariado), ou seja, mais de 86% dos “teoricamente” futuros técnicos de Informática não quis ou não pôde ir a uma feira de Ciência e Tecnologia...
Perguntas que eu me faço e talvez algum visitante do Blog aqui possa me ajudar a responder:
1. Será que os alunos não quiseram ir para se solidarizarem com as reivindicações dos professores em greve?
2. Será que todos os professores que aderiram à greve realmente sabem o que está sendo reivindicado pela categoria?
Ontem, dia 30 de junho, houve uma assembleia de professores para decidir os rumos do movimento. Só no município do Rio de Janeiro há umas 60 unidades da Faetec. Numa estimativa bem baixa, calculo que haja, no mínimo, 4.000 professores. A assembleia seria transmitida ao vivo pela Internet, mas houve problemas técnicos e só foram transmitidos vídeos de curta duração que foram postados no Twitter. Quem quiser conferir, os vídeos estão em http://www.ustream.tv/channel/sindpefaetec e me ajude a contar quantos professores estavam presentes. Como interpretar essa baixa participação de professores na assembleia e a alta adesão de professores à greve?
Estamos tendo “Paralisações de Advertência” há semanas. Quando um aluno comete alguma irregularidade, leva uma “advertência” e depois da 3 ª advertência é suspenso. A Faetec já levou mais que três advertências com paralisações nos dias 10, 15, 21, 22, 29 e 30 de junho. Não estaria na hora de mudar alguma coisa nesse movimento?
Ontem foi decidida mais uma paralisação para o próximo dia 7 de julho. Até quando vai durar isso? Para mim, está na hora de agir de uma forma diferente porque está me parecendo que essas paralisações não estão sendo benéficas nem aos professores nem aos alunos. Ou decide-se por uma greve geral até que todas as reivindicações sejam atendidas, ou modificam-se as reivindicações. Na semana passada, houve paralisações na segunda e na terça; quinta-feira era feriado e na sexta foi decretado ponto facultativo. Na quarta-feira, tive um total de 11 alunos presentes, mas isso era facilmente previsível, assim como presumo que, com uma nova paralisação na quinta-feira, a frequência de alunos na sexta será bem baixa.
Mas a luta continua! Pena que, até o momento, só tenha havido perdedores...
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