Fessora Geração Z
"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina." (Cora Coralina)

AQUI JAZ UMA GREVE




O sonho acabou



Feitos de palhaços



Volta às aulas após a greve



 
Opinião de alunos da Faetec no Facebook






OPINIÃO DE UM ALUNO: 


RESPOSTA DE UMA PROFESSORA:  




Quando a colega diz, “A categoria não aderiu à greve. 150 ou 200 professores em uma assembleia para determinar o destino de uma categoria que tem 3.500 profissionais.”, ela está absolutamente correta. A diferença entre a opinião dela e a minha é que ela alega que apenas 5% dos profissionais compareceram à assembleia porque têm outras fontes de renda e não se importam com o salário que recebem da Faetec, e eu discordo integralmente disso. Atenção colega: não estaria na hora de fazer um mea-culpa e refletir melhor sobre as razões que levaram 95% de uma categoria a não comparecer às assembleias?

Teria sido essa greve bem estruturada?
O movimento aconteceu no momento certo?
Seria este sindicato realmente representativo e atuante?
Por que, usando suas próprias palavras, a mídia não deu espaço à greve?

Nunca deixei de participar de uma greve. Essa foi a primeira vez que “furei” uma greve na vida e confesso que, a princípio, me senti até um pouco constrangida por isso. Trabalhei 15 anos na rede particular de ensino e participei de todas as assembleias promovidas pelo SINPRO. Banquei as greves sem ter imunidade e fui demitida de uma universidade onde tinha 42 horas-aula por semana, e não me arrependo disso. Fiz greve na Faetec e tive os dias descontados porque não consigo fazer greve e ir à escola só para assinar o ponto – como vi acontecer em outras ocasiões, assim como vi acontecer nessa última semana. Muitos colegas que, como eu, vivem do que ganham no magistério e fizeram outras greves, escolheram continuar trabalhando entre os dias 03 e 12 de agosto. Não seria o momento de parar para pensar sobre o que levou esses professores, normalmente atuantes em questões políticas, a não participar da greve?

Entre os meses de junho e julho de 2011, tivemos nove “paralisações de advertência” na Faetec. Eu nunca tinha visto isso! Nove avisos? Isso já não teria sido uma demonstração de fraqueza?

A Faetec “embarcou” no movimento dos professores da SEEDUC. Foi o SEPE quem começou a movimentação e definiu o índice de 26%. Estariam os Profissionais de Educação da Faetec na mesma situação do pessoal da SEEDUC? Teria sido sábio unir os movimentos? Os recém-concursados da Faetec alegam que recebem o mesmo salário que é pago pela SEEDUC e não tenho porque duvidar, mas essa não é a realidade da grande maioria. Comparando meus contracheques com os de um amigo da SEEDUC, calculei (e sou boa em cálculos) que ganho 30% a mais do que ele, e temos ambos a mesma graduação e mesmo tempo de serviço.

Nosso movimento começou em maio e só tivemos uma reunião com a diretoria do SINDPEFAETEC na minha escola, o ISERJ, no dia 02 de agosto, véspera da assembleia que decidiu entrar em greve por tempo indeterminado. Nessa reunião ficou claro que há uma divergência de opiniões entre os membros da diretoria e as justificativas que nos deram para não terem convocado nenhuma reunião no ISERJ antes beiraram os limites da ética, citando nominalmente quem que deveria ter trabalhado nessa mobilização e falhou. Seria essa uma demonstração de unidade?

E quanto à mídia? Apesar das faixas de “ABAIXO A DITADURA” nas manifestações da categoria, vivemos num país livre e a imprensa tem liberdade para falar sobre o que quiser e bem entender – graças a Deus e à minha geração que lutou bravamente por esse direito. Mas já joguei fora as minhas camisetas com os mesmos dizeres há mais de vinte anos... Hoje, a mídia só divulga o que julga interessante, tanto que não faltou divulgação para os movimentos das Secretarias Estaduais de Educação em diversos estados do país. O movimento da Faetec só começou a ser mencionado há poucos dias, depois que pegou carona no movimento do SEPE. Seria culpa da mídia ou do sindicato que se esqueceu de mobilizar as associações de pais e incluir as famílias dos alunos no movimento?

Só para finalizar, não existe na raça humana quem não queira mais do que tem. De monges tibetanos a madres franciscanas – todos querem algo mais. Eu quero! Como dizia o teólogo William Ward, “Há os que se queixam do vento. Os que esperam que ele mude. E os que procuram ajustar as velas.". Talvez este seja o momento do ajuste e não o de lutar contra os moinhos.


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