Em assembléia realizada na ETE Ferreira Viana neste quarta-feira (15/6), foram aprovadas a manutenção do Estado de Greve e uma Greve de Advertência de 48 horas nos dias 20 e 21/6.
O calendário ficou da seguinte forma: Nos dias 16 e 17/6 haverá corrida às escolas para mobilização, no dia 20/6 faremos um ato em frente à presidência da Faetec, às 10 horas, e no dia seguinte teremos nova assembléia na ETE Ferreira Viana, às 14 horas.
É fundamental a participação de todos os servidores! Vamos à luta!
Meus meninos,
Em toda a minha vida profissional tenho um longo histórico como sindicalista e atuante em movimentos em pró da minha categoria. Jamais desrespeitei uma greve mas... para tudo nessa vida há uma primeira vez...
Eu não compareci à assembleia que aconteceu ontem, quando decidiram as paralisações dos dias 20 e 21 de junho – 2ª e 3ª f da próxima semana – e não posso contestar uma decisão tomada por meus colegas.
Felizmente, hoje, vivemos num país livre, e apesar de considerar a greve justa e, talvez(?), necessária, eu, Telma Castro Silva, me sinto livre para escolher não paralisar.
Nos dias 14 e 15 estive fora da escola participando de um seminário sobre Tecnologia Educacional e, para que minhas turmas não fossem prejudicadas pela minha ausência, preparei uma atividade, valendo nota, que seria distribuída pelos profissionais do SOP (Serviço de Orientação Pedagógica). Avisei às turmas que isso aconteceria, e os representantes das turmas 1.111 e 1.112 estavam encarregados de recolher os trabalhos e entregá-los no SOP ao término do mesmo. Não haveria necessidade de “fiscalização”, já que se tratava de uma atividade em grupo, com consulta ao caderno, mas alegando que as turmas não poderiam ficar sem supervisão em sala, a coordenação de turno não permitiu que isso acontecesse, julgando mais apropriado juntar as turmas e antecipar aulas de forma que os alunos fossem liberados mais cedo.
Como eu já disse, vivemos num país livre, mas às vezes o exercício da liberdade acaba sendo usado em particulares interpretações. Neste caso, a coordenação de turno julgou-se livre para sobrepor sua decisão à minha, independente do fato de eu ter acordado antecipadamente a aplicação do trabalho com o Professor Luís Sérgio Moura Fé, Diretor do Colégio. Não posso e não devo comprometer a segunda etapa letiva de 2011 por questões alheias à minha vontade e agora é a minha vez de interpretar a liberdade que me é devida e é por isso que vou trabalhar nos dias de paralisação.
Soube hoje, ao chegar ao ISERJ, que haveria essa paralisação de 48 horas, que vem a acontecer numa semana em que já há um feriado (5ªf, 23/6), seguido de ponto facultativo (6ªf, 24/6). Hoje, 16/6, a Diretora Geral do ISERJ, Profª Drª Sandra Santos, estava em reunião na Faetec e não pude falar com ela, mas conversei com sua assessoria que me disse que eu poderia acertar com minhas turmas um esquema de aulas durante a paralisação e é isso que vou fazer. Estou antecipando a minha decisão hoje, por e-mail, e amanhã, 6ªf, 17/6, vou chegar cedo à escola para acertar horários e salas onde ocorrerão as aulas nos próximos dias 20 e 21 e confirmarei com vocês através dos representantes. Não sei se outros colegas vão paralisar ou não, mas isso não me diz respeito. Eu vou trabalhar.
A vida é feita de escolhas. Desde pequenos detalhes do dia a dia, a grandes e importantes decisões, estamos o tempo todo escolhendo, optando, decidindo. O salário que recebo não é bom, as condições de trabalho não são as melhores, e mais todo aquele conjunto de situações adversas que atingem o magistério e vocês estão cansados de conhecer. Mas escolhi ser professora, e não me arrependo, e nesse momento da minha vida, apesar de todos os pesares, sou muito feliz trabalhando no que amo fazer, que é ensinar.
Se falo de escolhas e de liberdade, também não posso negar-lhes o direito de optar por não comparecer à escola na semana que vem e posso garantir que nenhum aluno será penalizado por isso, mas eu gostaria muito que entendessem a minha posição e me apoiassem.
Grande abraço,
Telma Castro Silva
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