Fessora Geração Z
"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina." (Cora Coralina)

A desonestidade de um garçom

01:19






"Três pessoas almoçaram em um restaurante e cada uma entregou ao garçom uma nota de R$10,00, perfazendo um total de R$30,00, para pagar a conta. O garçom entregou o dinheiro ao caixa, que devolveu R$5,00, pois a conta era de R$25,00. Como os clientes não sabiam o valor da conta, o garçom resolveu enganá-los. Embolsou R$2,00 e entregou R$1,00 de troco para cada cliente. Assim, cada cliente pagou 9, num total de 3 x R$9,00 = R$27,00, que somados aos R$2,00 que ficaram com o garçom, dão um total de R$29,00. Como explicar o misterioso sumiço de R$1,00?"


Resolução:

A quantia embolsada pelo garçom foi somada duas vezes à despesa. A primeira soma ocorreu quando a despesa original de R$25,00 foi aumentada para R$27,00, devido à atitude desonesta do garçom. A segunda soma ocorreu quando esses R$27,00, que já continham a parte do garçom, foram somados aos R$2,00 (que ficaram com o garçom), dando origem ao total de R$29,00". Assim, em vez da soma R$25,00 (valor da conta) + R$2,00 (parte do garçom) + R$3,00 (troco) = R$30,00, foi realizada a soma 25 + 2 + 2 = 29.

Fonte:

O jeito matemático de pensar
Renato J. Costa Valladares
Rio de Janeiro, 2003, Editora Ciência Moderna

Read On 0 comentários

A Evolução da Educação

00:22

Essa eu recebi, por e-mail, de um amigo professor de Literatura e poeta, o bom baiano Jorge Augusto :-))

Não é exatamente uma piadinha "politicamente correta", mas como o próprio amigo que me mandou faz parte de uma das minorias citadas... (rss)

Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia... havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas...

Hoje as crianças e os adolescentes primeiramente tem que saber o que é cidadania, sexo seguro com apetrechos eróticos, igualdade racial, igualdade de gêneros, dívida social, dívida histórica, inclusão digital, semântica socialmente correta, etc.


Leiam relato de uma Professora de Matemática:

Semana passada comprei um produto que custou R$15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.

Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se
convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender. Por que estou contando isso?

Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:

1. Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00. Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00.. O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?
( )SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2009:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$ 80,00.Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

7. Em 2010 vai ser assim:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.

(Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder)

( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
Read On 0 comentários

O ISERJ

16:06


Venho de uma geração de funcionários públicos. Meu avô trabalhou por nem sei quantos anos no Palácio do Catete e, quando a Capital Federal foi transferida para Brasília, acabou se aposentando por lá. Minha mãe só se aposentou depois de 42 anos no Ministério da Fazenda e quando eu era pequena adorava passar um dia naquele prédio que me parecia um gigantesco palácio com as escadarias e as altíssimas colunas de mármore.
Claro que, quando chegou a minha vez de entrar no mercado de trabalho, minha mãe começou, “Faça um concurso público, minha filha... o salário é pouco, mas é certo.”. Depois de entradas e saídas de muitas escolas públicas – já fui aprovada duas vezes para o magistério municipal, duas vezes para o estadual e uma vez para o federal – resolvi criar raízes em um lindo castelo como aquele para onde minha mãe me levava: o ISERJ.
O atual Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ) e antigo (bota antigo nisso...) IE, já foi estrela de uma famosa mini-série na TV, Anos Dourados, e sempre que me perguntam onde trabalho, cito a mini-série e logo sabem de que lugar estou falando.
Em todos os setores da minha vida sempre tento encontrar um balanço entre as velhas máximas, “Não se mexe em time que está ganhando” e “Mudar é bom”. Não há time que siga vencendo para sempre e nem toda mudança é para melhor, assim, tremo só de pensar na possibilidade de passar trinta ou quarenta anos indo todos os dias para o mesmo lugar como o fizeram minha mãe e avô, mas devo admitir que a estabilidade de um emprego público torna-se mais atraente à medida que se envelhece, e não sou mais uma menininha, certo?
A verdade é que eu GOSTO do ISERJ! Gosto das pessoas – dos alunos, dos colegas, dos diretores, coordenadores, funcionários – e A-DO-RO aquele prédio. Desde que o ISERJ foi incorporado à rede FAETEC (Fundação de Apoio à Escola Técnica) em 1998 (quando fiz o concurso) há rumores que seremos transferidos dali. Os boatos mais recentes dizem que seremos transferidos para a UERJ, mas entre mortos e feridos, vamos sobrevivendo e ficando por lá mesmo. Ano que vem (2010) o ISERJ comemora 130 anos e preparem-se para a festa que vai bombar!!!
Read On 0 comentários

O Princesa

13:30


1961. Eu, com 4 aninhos recém completados, entrava pela primeira vez no lugar que seria minha segunda casa por um longo tempo: o Colégio Princesa Isabel (à época, Instituto Princeza Izabel), na Rua das Palmeiras, 46, em Botafogo.
Como minha mãe decidiu esperar que eu completasse 4 anos antes de me matricular na escola, e meu aniversário é em maio, entrei na turma depois de mais de dois meses do início das aulas, ou seja, tempo bastante para que já se tivessem formado os grupinhos de amigos na sala do jardim de infância da Tia Hildete. Lembro-me exatamente das mesinhas com tampo de fórmica azuis e rosa para “separar” meninos e meninas. Fui colocada em uma mesa com outras três meninas que nem me olharam duas vezes e continuaram a fazer suas pinturas com dedo em folhas de papel branco. A professora me deu uma folha e dois potinhos de aquarela – verde e amarela – e comecei, timidamente, a fazer minha pintura, sempre de olho na minha mãe, sentada num banquinho minúsculo conversando com a “tia”. Parece que nem pisquei e, de repente, minha mãe não estava mais lá! Abri um berreiro daqueles que só as crianças sabem fazer, com lágrimas grossas escorrendo até pelo pescoço. Meu choro sentido não trouxe minha mãe de volta, mas fez com que as meninas da mesinha cor de rosa se compadecessem e uma delas me emprestou a aquarela azul. Até hoje guardo aquela folha, agora amarelada, com minha primeira tarefa no colégio onde estudei até 1975, saindo de lá direto para a universidade.
Em 1978 passei um ano como estagiária no colégio e tive minha primeira experiência como professora no mesmo lugar onde tive minha primeira experiência como aluna. Depois, lecionei como professora efetiva de 1994 a 2005. Fui demitida do colégio quando foi comprado por um novo diretor que já o recebera em decadência quando das 12 turmas por série no Ensino Médio que havia em 94, a escola mal e mal formara 3 turmas em 2004. O novo diretor também era professor de Matemática e, para economizar, decidiu demitir o mais antigo da equipe e assumir as turmas ele mesmo. O mais antigo não podia ser demitido por tratar-se de um diretor do sindicato de professores e a segunda mais antiga era eu, daí...
Essa política de demitir os profissionais mais antigos e que, consequentemente, têm maiores salários, pode até servir em algum tipo de empresa, mas uma escola é um tipo de negócio diferente. Normalmente, os mais antigos tornaram-se antigos por uma série de fatores que, de alguma forma, determinaram a satisfação da clientela e retirá-los do sistema pode desencadear um colapso. Soube, há poucos dias, que o Princesa Isabel está para fechar as portas. Torço para que seja apenas um boato, mas um colega que trabalha numa escola vizinha me contou que receberam, num só dia, 20 pedidos de matrícula vindos de ex-alunos do Princesa.
Há muito de mim naquele colégio. Estudei lá por 14 anos e lecionei por 11. Meus filhos se formaram no Princesa e fiz ali muitos amigos, entre colegas professores, funcionários e alunos. Vai ser uma parte da minha história que irá perder a continuidade se algum dia a escola vier a acabar, mas as lembranças de todos os bons e maus momentos que ali vivi ninguém vai tomar de mim.
Tomara que seja só um boato...
Read On 0 comentários

Será que há algo de podre no reino da Educação?

12:54




Ontem eu fui tomar conta de provas na escola. Confesso que esse é um dos piores trabalhos de professor, ao menos para mim. Fico exercendo uma função que não me agrada, policiando, vigiando, sei lá... não gosto!

Acho que cada um de nós deveria ter a exata consciência que, mais importante que receber uma boa nota, seria receber uma avaliação justa e merecida, obtida de forma proporcional ao nosso esforço, dedicação, responsabilidade e comprometimento.

Se estou, teoricamente, preparando meu aluno para a vida, por que tomar a prova e dar zero quando o aluno é flagrado com um papelzinho onde estão escritas fórmulas ou um texto qualquer contendo o conteúdo teórico da prova? No mundo real, se um profissional fizer uma consulta a um livro, ou mesmo a um colega, ele deve ser penalizado por isso? Imagine um médico que não consegue identificar de imediato a doença de seu paciente. Ele deve medicá-lo de qualquer maneira porque não pode fazer uma consulta a outros médicos? Deve um advogado perder sua carteirinha da OAB se for dar uma olhada no Código Penal que ele não sabe de cor?

Bem, mas meu assunto de hoje não é a “cola”, e sim o sistema de avaliações como um todo. Quando entrei na sala me surpreendi com a quantidade de alunos presentes. Tratava-se de uma prova final e todos que ali estavam não tinham obtido média 6,0 ao longo de três períodos letivos. E era muita gente...
Fui checar a lista de presenças e notei que mais da metade dos alunos da turma tinha ficado em prova final. Eram alunos do último ano, ou seja, aquela nota decidiria a finalização – ou não – de toda a vida escolar dos caras.

Não querendo ser antiética, mas talvez já o sendo, dei uma olhada nas questões da prova. “Calcule”; “Determine”; “Efetue”; “Calcule” outra vez. Não havia uma só questão contextualizada, posicionada no mundo real, uma única aplicação prática do conteúdo.
Meu saudoso Mestre, e brilhante matemático, José Carlos de Mello e Souza, dizia há vinte anos: “Se numa turma houver muitos ‘zeros’ ou muitos ‘dez’, há também alguma coisa podre no reino da educação.”. Será que o fato de mais da metade da turma chegar ao fim do ano sem média não mereceria um “mea culpa” do colega professor? Não estou acusando ninguém de falta de dedicação ou seriedade. Conheço o professor da turma (na verdade, trata-se de uma professora) e sei o quanto é responsável. O que acredito ser necessário é um momento de reflexão a respeito dos rumos da educação e da avaliação no Século XXI.


Não podemos tratar nossos alunos em 2009 da mesma forma que nos tratavam nossos professores em 1969. Àquela época, o máximo da sofisticação em pesquisa escolar era a Enciclopédia Barsa com aqueles volumes pesados e capa dura vermelha de letras douradas. Hoje, a pesquisa escolar é feita em http://www....






Volto a falar sobre o assunto mais tarde, porque esse post já está ficando longo demais e a Geração Z não curte leituras muito extensas :-))


Read On 0 comentários

Oi eu aki travêis :-))

12:10





Durante 12 anos – de 1996 a 2008 – mantive na rede a Fessora’s Home Page, uma página onde havia de tudo um pouco: Matemática, Informática, textos sobre Educação, fotografias e mensagens dos meus alunos, etc.
O tempo passou e meu pioneirismo (registrado até nas primeiras apresentações do Canal Futura) ficou obsoleto. Mudou a Internet, mudaram os alunos, mudei eu mesma...
Resolvi encerrar a página e deixar uma mensagem bonita para quem passasse por lá, mas o geocities também mudou (na verdade, fechou) e a mensagem ficou perdida em algum canto do passado.
Para não perder o espaço que me cabe nesse cyber-fúndio, decidi montar um blog onde posso falar de tudo um pouco, novamente (rss) e aqui estou.
Alunos, ex-sempre-alunos, colegas e curiosos eventuais: esse blog é para vocês!






Read On 0 comentários

Total de visualizações de página

Mascotinho

Quem sou eu

Minha foto
Rio de Janeiro, RJ, Brazil
"Sou apenas uma caminhante que perdeu o medo de se perder. Que eu saiba perder meus caminhos, mas saiba recuperar o meu destino. Com dignidade."

Pesquisar este blog